A ORIGEM DO BORDADO DE VIANA

A ORIGEM DO BORDADO DE VIANA

A origem dos Bordados de Viana do Castelo está intimamente ligada aos trabalhos realizados em trajes da região: “O Traje à Vianesa“ ou “Traje à Lavradeira”. 

Nos nossos dias podemos encontrar inúmeros e variados trabalhos com Bordados de Viana do Castelo, como naperãos, atoalhados, sacos de pão, aventais, chinelas, vestuário, etc., no entanto, todos os motivos bordados tiveram origem nos trajes regionais que foram posteriormente transpostos para estes trabalhos.


O Traje à Lavradeira foi totalmente criado pelas camponesas de algumas freguesias próximas de Viana do Castelo, foram elas que o riscaram, teceram, trabalharam e bordaram.
Os trajes todos decorados com os bordados feitos por estas mulheres do campo, e que diferem de freguesia para freguesia, são usados em dias de festas ou feiras.


Dentro destes bordados podemos distinguir uns mais ricos do que outros, dependendo da classe social a que se referem.
Os mais ricos utilizam algodão “perlé”, por vezes, reclamados de lantejoulas, missangas e vidrilhos.
Os motivos dos Bordados de Viana do Castelo são baseados em motivos da fauna e da flora da região, bem como da vida quotidiana das camponesas minhotas.
São: corações (contornados com ponto pé de flor, e baseado no sentido metafórico que as camponesas dão ao “cofre amoroso” pelo que bordam junto uma chave), folhas de trevo, de hera, morango, videira e carvalho (sempre estilizadas), chaves (estilização da chave de uma fechadura), cruzes (a cruz de Cristo bordada com o ponto de cruz, já usada nos lenços da mão), passarinhos, ângulos (linhas quebradas ou curvas que unem determinados motivos), japoneiras (estilização da flor da cameleira), silvas (linha recta ou curva de onde saem pequeninas folhas), vasos (estilizações de vasos de plantas), asas (pequenas argolas que rematavam o bordado de antigas camisas), botõezinhos (pequenas golas bordadas a cordão ou a cheio), caracol (linhas em espiral feitas com ponto de cordão), furinhos (pequenos buracos caseados também chamados ilhós), molhinhos (conjunto de pontos lançados em grupo de dois, sendo cada grupo cortado a meio por um ponto lançado na horizontal), murinhos (pontos de formiga que imitam um muro), pintinhas fechadas (bolas pequenas bordadas a cheio), trinca – fios (linhas quebradas com pontos a direito), rosas, cachos de uvas (cachos de uvas estilizados por uma série de círculos).


As camponesas minhotas são mulheres com uma sensibilidade artística que lhes permitiu, e ainda permite, improvisar composições originais que refletem as suas próprias vivências. Por este facto, é fácil encontrar peças onde os Bordados de Viana do Castelo também são usados como forma de expressar o amor em quadras de inspiração genuína, poética e artística.


A bordadeira, nas suas composições, não se preocupa com o rigor da verdade, isto é, podemos encontrar com frequência, por exemplo, desenhos de rosas com folhas de videira, mas o que importa é obter conjuntos que agradem e sejam harmoniosos.


Referências Bibliográficas:

Paulo Fernando Teles de Lemos Silva, Bordados tradicionais portugueses, Dissertação de Mestrado em Design e Marketing - Área de Especialização em Têxtil, Universidade do Minho, 2006
Ana Pires, Caderno de Especificações do Bordado de Viana do Castelo, Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2006

CERTIFICAÇÃO DO BORDADO DE VIANA DO CASTELO


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